08.11.2022 - Estudo Espírita: Bem-aventurados os que têm fechados os olhos


O estudo de hoje é baseado no Evangelho Segundo o Espírito, capítulo 8, itens 20 e 21.

Para ajudar uma pessoa cega, Kardec evoca o Espírito de Jean Baptiste Marie Vianney (Curé D’Ars), um padre francês, que através da imposição das mãos devolvia a visão a cegos.



Sobre a evocação

"Os Espíritos podem comunicar-se espontaneamente ou acudir ao nosso chamado, isto é, vir por evocação". (Kardec, O livro dos médiuns, cap. XXV, item 269)


Toda gente pode evocar os Espíritos (não somente médiuns) e, se aqueles que evocares não puderem manifestar-se materialmente, nem por isso deixarão de estar junto de ti e de te escutar.


Nem sempre o espírito evocado pode atender o chamado. Isso depende das condições em que se encontre, porquanto há circunstâncias em que não o pode fazer, por exemplo: se se acha encarnado, as missões de que esteja encarregado ou, ainda, o lhe ser, para isso, negada permissão.


Kardec, no Livro dos Médiuns, nos nos diz que na reunião mediúnica são necessárias tanto as manifestações espontâneas, quanto as por evocação. Mas  deixa alguns alertas:


Isolados, os médiuns, sobretudo os que começam, devem abster-se de tais evocações. (Item 278.)


E nos conta em outro trecho, uma possível consequência da evocação feita fora da reunião mediúnica, por médium ainda não preparado adequadamente ao trabalho, podendo acarretar em obsessão, fascinação.


212. (...) Algumas pessoas, na impaciência de verem desenvolver-se em si as faculdades mediúnicas, desenvolvimento que consideram muito demorado, se lembram de buscar o auxílio de um Espírito qualquer, ainda que mau, contando despedi-lo logo. (...) Diversas conhecemos que foram punidas da presunção de se julgarem bastante fortes para afastá-los quando o quisessem, por anos de obsessões de toda espécie, pelas mais ridículas mistificações, por uma fascinação tenaz e, até, por desgraças materiais e pelas mais cruéis decepções. (...)



Comunicação de Curé D’Ars

O Espírito de Jean Baptiste Marie Vianney (Curé D’Ars) orienta a mulher cega que ore e espere. Com humildade, o Espírito diz que não é ele quem realiza os milagres, e que essas curas devem ser creditadas a Deus, que as permite e opera. O Espírito indica à mulher cega que faça a seguinte prece, para lhe dar força e coragem:


Meu Pai, cura-me, mas faze que minha alma enferma se cure antes que o meu corpo; que a minha carne seja castigada, se necessário, para que minha alma se eleve ao teu seio, com a brancura que possuía quando a criaste.


Esclarece, também, que os cegos devem se considerar bem-aventurados da expiação, pois a falta da visão do corpo ajuda a se concentrar nas coisas da alma, percebendo o mundo com maior sensibilidade, enxergando muitas vezes mais do que os que possuem a visão límpida. E afirma:


Oh! bem-aventurado o cego que quer viver com Deus. Crede-me, bons e caros amigos: A cegueira dos olhos é, muitas vezes, a verdadeira luz do coração, ao passo que a vista é, com frequência, o anjo tenebroso que conduz à morte. Abertos, os olhos estão sempre prontos a causar a falência da alma; fechados, estão prontos sempre, ao contrário, a fazê-la subir para Deus.


Ao final, o Espírito Curé D’Ars orienta novamente que a mulher cega tenha bom ânimo, que ore, e que pense em sua prova como proteção da sua falência reencarnatória. 



As Bem-aventuranças

Bem aventurados os aflitos (os que choram), pois serão consolados.


Embora este texto do Evangelho Segundo o Espiritismo tenha por título "Bem-aventurados os que têm fechados os olhos", ele não faz parte das bem-aventuranças ditas por Jesus. Trata-se de uma licença poética de Kardec, pela natureza semelhantes que as mensagens possuem.


Em Instrumentos do Tempo, Emmanuel nos conta quem são os aflitos:


Os aflitos classificam-se em variadas expressões. Temos aqueles que choram por se sentirem inibidos para a extensão do mal. Há quem se torture por não conseguir vingar-se. Existem os que se declaram infelizes com a prosperidade do próximo e se enfurecem com a impossibilidade de lhes ultrapassar o progresso econômico ou espiritual.

Aparecem aqueles que se afirmam desditosos por não poderem competir com o luxo de quem se confia à extravagância e à loucura. Surgem muitos em lágrimas de inveja e despeito, à frente dos vizinhos, interessados na educação e na melhoria da vida. Há quem se revolte contra as bênçãos do trabalho e vocifera em desfavor da ordem que lhe assegura as vantagens da disciplina. Muitos exibem chagas de inconformação, ante o sofrimento que eles próprios improvisaram. 

Há infinitos gêneros de aflição no vasto caminho da vida. E, por isso, nem todos os aflitos podem ser aquinhoados com a glória da bem-aventurança. A palavra do Cristo se dirige àqueles que fizeram da dor um instrumento para a elevação de si mesmos, assim como o artista se vale da pedra, a fim de burilar a obra prima de estatuária. 

Acautela-te, se conservas alguma aflição particular. A angústia, muitas vezes, pode ser antecâmara do desequilíbrio. Converte o teu problema ou a tua mágoa em motivo de superação das próprias fraquezas, à maneira do lidador que aproveita o obstáculo para atingir os seus mais altos objetivos, e então terás convertido as inquietações do mundo em bem-aventuranças para a felicidade sem fim.


Importante observarmos aqui que nem todos os aflitos serão consolados. Depende do porque a se sofre, e de como se passa pelo sofrimento. Veja essa outra mensagem de Emmanuel, do livro Reconforto:


A provação é um desafio que poucos suportam, lição que raros aprendem. Depois de regulares períodos de paz e ordem, a alma é visitada pela provação que, em nome da Sabedoria Divina, lhe afere os valores e conquistas.

Raros, porém, são aqueles que a recebem dignamente. O impulsivo, quase sempre, converte-a em falta grave. O impaciente faz dela a escura paisagem do desespero, onde perde as melhores oportunidades de servir. O triste desvaloriza-lhe as sugestões e dorme sobre as probabilidades de autossuperação, em longas e pesadas horas de choro e desalento. O ingrato transforma-a em calhau com que apedreja o nome e o serviço de companheiros e vizinhos. O indiferente foge-lhe aos avisos como quem escapa impensadamente da orientadora que lhe renovaria os destinos. O leviano esquece-lhe os ensinamentos e perde o ensejo de elevar-se, por sua influência, a planos mais altos.

O espírito prudente, entretanto, recebe a provação qual o oleiro que encontra no fogo o único recurso para imprimir Se a tempestade purifica a atmosfera e se o fel, por vezes, é o exclusivo medicamento da cura, a provação é a porta de acesso ao engrandecimento espiritual.

Só aqueles que a recebem por esmeril renovador conseguem extrair-lhe as preciosidades.

É por isso que nem todos os aflitos podem ser bem-aventurados, de vez que, somente aproveitando a dor para a materialização consistente de nossos ideais e de nossos sonhos, é que se nos fará possível encontrar a alegria triunfante do aprimoramento em nós mesmos, a que somos todos chamados pela vida comum, nas lutas de cada dia.


Mas quem, então será consolado? Vejamos esse trecho da mensagem de Joanna de Angelis, do livro Celeiro de Bênçãos:


(...)

Nicodemos possuía dúvidas honestas - foi esclarecido. 

Marta inquietava-se no afã do zelo exagerado - recebeu diretriz;

Zaqueu dispunha de moedas azinhavradas - trocou-as pelos tesouros imperecíveis.

Madalena fossilava na perversão obsidente - conseguiu curar-se.

Antes, aflitos, abriram-se ao consolo vertido das mãos de Jesus Cristo.

Indispensável valorizar a aflição, sopesando-a com discernimento, de modo a conduzi-la às fontes inexauríveis do Evangelho em clima de serenidade, respeito e amor. Ali, todas as dores se acalmam, todas as lágrimas se enxugam, todos os aflitos são consolados. 


Lembrando que "os olhos são inúteis quando a mente é cega", que tenhamos todos o melhor aproveitamento de nossas provações, entendendo que a verdadeira vida é a do espírito. Que saibamos todos aproveitar esta encarnação da melhor forma possível, com Jesus no leme, nos entregando ao evangelho de Jesus e à Oração nos seus piores momentos, mantendo a fé e a vontade de viver.


Recordamos uma música, de Luiz Antonio Millecco, que foi criada para ser utilizada como um mantra, nos momentos difíceis, quando o corpo está cansado e a alma sofre.


Eu canto

Refrão:

Meu corpo está cansado

E eu canto, eu canto, eu canto

Minha alma está sofrendo

E eu canto, eu canto, eu canto


Meu canto é como um pássaro ferido

Que sangra, mas voa

Meu canto fala como a voz do sino

Que flange, ecoa


(Refrão)


Eu canto mas meu canto não me ilude

Pois clama e chora

Meu canto não desdenha a noite escura

Pois sente aurora


(Refrão)


Vídeo da música:

https://www.youtube.com/watch?v=VsinzGBfNts&t=1s


Que Deus abençoe a todos nós,


Jaqueline Mafra




25.10.2022 - Estudo Espírita: Preces inteligíveis 


Preces inteligíveis são aquelas que podem ser compreendidas e que expressam com palavras simples o que passa no coração. É a prece sincera que verbaliza uma ideia e consegue ser compreendida, tanto para quem a professa como para quem a houve.


É bom lembrar que no momento da prece, estamos todos envolvidos pelo fluído cósmico universal, encarnados, como os desencarnados. E esse fluído recebe a energia do pensamento e da vontade de quem ora, formando uma corrente vibratória que liga os dois planos. Esse sentimento é dirigido de encarnado para desencarnado, e vice-versa. 


Não é a beleza das palavras que alcançará o objetivo da prece, e sim que essas palavras possam vir do íntimo de nossos corações, para que tenham condições de chegar aos planos elevados, como rogativa sincera na melhoria de nos mesmos e de nossos semelhantes. 


A prece será agradável a Deus, quando buscarmos no mais profundo de nosso interior, as emoções e vibrações adequadas, para que haja comunhão, ligação e diálogo. 


É preciso expressar de forma simples e sincera o que o coração quer dizer.


Lucia Firmino





27.09.2022 - Estudo Espírita: Jesus em casa de Zaqueu


Esta passagem também nos convida a pensar:


E tendo entrado, (Jesus) atravessava Jericó. E eis um homem, de nome chamado Zaqueu, que era chefe dos coletores de impostos e rico. E procurava ver Jesus quem era, e não podia, por causa da multidão, porque ele era baixo de estatura. E correndo à frente, subiu a um sicômoro para vê-lo, porque estava para passar por aquela (rua). E quando chegou ao lugar, Jesus levantou os olhos e lhe disse: "Zaqueu, apressa-te a descer, pois hoje devo permanecer em tua casa". E desceu às pressas e o hospedou com alegria. E vendo(-o) todos murmuravam, dizendo: "entrou para hospedar-se com um homem desorientado". Levantando-se, Zaqueu disse ao Senhor: "Eis que a metade de meus bens, Senhor, dou aos mendigos, e se defraudei alguém em algo, restituo quadruplicado". Disse-lhe então Jesus: "Hoje aconteceu a salvação em tua casa, porque também este é filho de Abraão, pois o filho do homem veio procurar e salvar o perdido". (Lc 19:1-10)


Assim como Jesus visitou a casa de Zaqueu, Jesus visita o nosso mundo íntimo e o nosso coração. As pessoas podem julgar a cada um de nós, mas somente nós sabemos o que se passa em nosso coração. Nós precisamos abandonar essa postura de julgar o próximo, de determinar se o próximo é, ou não, merecedor de receber o auxílio espiritual.


O nosso dever única e exclusivamente é auxiliar, é ajudar, da mesma forma que gostaríamos de ser ajudados. Com isso, a gente pode se surpreender, conseguindo atravessar desertos, vencendo imperfeições e construindo valores.


Da mesma forma que Zaqueu subiu na árvore, visualizou o Cristo, e foi visitado por ele, todos nós podemos visitar Jesus, todos nós podemos ter Jesus em nossa Casa e no nosso Espírito.


A partir do momento que nós elevarmos o nosso pensamento, o nosso sentimento a Deus e a espiritualidade maior, sentiremos paz e tranquilidade em abundância.


Quantas virtudes floresciam internamente em Zaqueu? Quanto de bom repartiu, sem pedir nada em troca? Mesmo com toda a multidão o julgando pecador.


Jesus conhece o nosso o nosso verdadeiro íntimo, que sejamos como Zaqueu. Que possamos oferecer o que há de melhor em nós, unindo sempre nosso pensamento com os ensinamentos de Jesus.


Que estejamos sempre no caminho do Bem, do Amor e da Caridade. 


Muita luz e muita paz pra todos nós, hoje e sempre.


Priscila


16.07.2019 - Estudo Espírita: Iniciação Mediúnica na Umbanda

Mediunidade é um processo onde espíritos de luz, chamados de guias, utilizam de pessoas encarnadas (médiuns) como interlocutores para cumprir uma missão de caridade na terra.

“Médium é toda pessoa que sente, num grau qualquer, a influência dos espíritos .... É de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela da mesma maneira em todos os sensitivos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta ou daquela ordem, de modo que há tantas variedades quantas são as espécies de manifestações.” (O Livro dos Médiuns, Cap. XIV)

Sintomas de Mediunidade

Sintoma clássico: suor excessivo nas mãos e axilas, principalmente nas mãos. As mãos ficam molhadas, quase geladas. Os pés também podem ficar gelados; as maçãs do rosto muito vermelhas e quentes; as orelhas ardem.

Depressão psíquica: a pessoa fica totalmente instável, passando de uma grande alegria para uma profunda tristeza sem motivo aparente. Fica melancólica e sente uma profunda solidão. É como se o mundo todo estivesse voltado contra ela. É facilmente irritável e, nessa fase, ela vai ferir com palavras e gestos aqueles que mais gosta.

Alterações no sono: sono profundo ou insônia. A insônia é provocada pela aceleração no cérebro devida à vibração. Os pensamentos voam de um assunto para outro, incontroláveis, e a pessoa não consegue dormir. O sono profundo é devido à perda de ectoplasma, de força vital. Há um enfraquecimento geral do organismo e as vibrações da pessoa são reduzidas.

Perda de equilíbrio e sensação de desmaio: a perda de equilíbrio é uma sensação muito rápida. A pessoa pensa que vai cair e tenta se segurar em alguma coisa, mas a sensação termina antes que ela consiga fazer qualquer gesto. É extremamente desagradável. A sensação de desmaio normalmente ocorre quando a vibração abandona a pessoa bruscamente. Ela fica muito pálida e tem que sentar para não cair. Às vezes ocorre sensação de vômito ou de diarreia. Um copo de água com bastante açúcar e respiração pela narina direita normalmente bastam para contornar essa situação.

Taquicardia: comum em algumas pessoas. Há uma súbita alteração no ritmo dos batimentos cardíacos, fruto do aceleramento provocado pela vibração atuando.

Medos e fobias: a pessoa fica com medo de sair sozinha, de se alimentar, de tomar remédios, pois acha que tudo lhe fará mal. Às vezes tem medo de dormir sozinha ou com a luz apagada. É muito comum, também, uma total insegurança em tudo o que vai fazer.

Tipos de Mediunidade

Efeito Físico: refere-se a uma vasta categoria de fenômenos, cuja base esta na doação de ectoplasma pelo médium de efeito físico, o qual é manipulado por espíritos para produção de diferentes manifestações, como deslocamento de objetos, emissão de ruídos e materialização de espíritos.

Cura: são médiuns capazes de curar ou aliviar um doente, seja pela imposição das mãos , seja pela prece. Vidente – são médiuns que veem os espíritos em estado de vigília. Segundo Kardec:

 "O médium vidente julga ver com os olhos, como os que são dotados de dupla vista; mas na realidade, é a alma quem vê, razão pela qual eles tanto veem com os olhos fechados, como com os olhos abertos” (O Livro dos Médiuns, cap. XIV, item 167).

Clarividência: É o tipo de mediunidade que permite ver fatos que ocorreram no passado e que ocorrerão no futuro. Os clarividentes podem ver os corpos astral e mental de outras pessoas, e tomar conhecimento da vida em outros planos espirituais. É um tipo de mediunidade difícil de ser encontrada.

Intuição: É um tipo de mediunidade onde o médium recebe em seu pensamento, sob a forma de uma sugestão, mensagens provindas de um espírito. A intuição nem sempre deve ser seguida, a não ser que o médium consiga identificar a entidade que o está intuindo. Essa identificação, ele aprenderá a fazer no seu desenvolvimento pois cada entidade produz uma sintonia diferente no organismo.

Audição: O médium ouve uma voz clara e nítida nos seus ouvidos e dessa forma recebe as mensagens. Na audição, devemos ter o mesmo cuidado que temos na intuição, no que diz respeito à identificação de quem está dando a mensagem.

Transporte: É a mediunidade onde os espíritos se valem para realizar o deslocamento de um objeto de um lugar para o outro, ou seja, um espirito consegue trazer objeto que está em um lugar distante para lugar próximo ou junto do médium.

Psicografia: Tipo de mediunidade muito comum, podendo ser intuitiva, semimecânica ou mecânica. É a capacidade de receber comunicações pela escrita. Na psicografia intuitiva, o médium recebe as mensagens na mente e as passas para o papel. É pura intuição. Na psicografia semimecânica, o médium, à medida que vai escrevendo, vai também tomando conhecimento do que escreve. O espírito atua, simultaneamente, na mente e na mão do médium. Na psicografia mecânica, o espírito atua somente na mão do médium, que escreve sem tomar conhecimento da mensagem recebida. Quando, ao invés de escrever, o espírito utiliza a mão do médium para pintar, esse tipo de mediunidade é chamado de Psicopictografia.

Xenoglossia: É o ato de falar ou escrever em outras línguas desconhecidas do médium.

Clariolfativo: É o médium que tem a faculdade de sentir a aproximação das entidades através do olfato.

Incorporação: nos trabalhos de Umbanda, o tipo de mediunidade mais utilizado é o da incorporação. Embora alguns autores considerem que o termo incorporação nada mais séria do que a psicofonia, há algumas peculiaridades no processo de ligação ente a entidade espiritual e o médium, a qual nos autorizaria delimitar algumas diferenças entre estes dois conceitos, em termos práticos e que exigem uma explicação um pouco mais aprofundada. Na psicofonia o espirito comunicante agirá diretamente sobre as cordas vocais mecânicas do médium (processo menos comum), ou através da mente do sensitivo, imprimindo ideias e conceitos em seu cérebro, as quais serão retransmitidas pela fala. Já na “incorporação”, todo o corpo do médium sofre a ação direta do espirito, uma vez que a expressão corporal na Umbanda é bastante utilizada em diferentes tipos de trabalho ou rituais: danças, cantorias de pontos, desobsessão, etc. Isso certamente exige um envolvimento mais intenso tanto por parte da entidade quanto do médium. É preciso que a entidade impressione de maneira mais intensa os centros energéticos do sensitivo para que se reproduzam os movimentos típicos e peculiares a cada entidade.

Formas de Mediunidade

Mediunidade Consciente: É quando o médium sobre influência dos espíritos não perde sua consciência. O médium consciente que não foi instruído e preparado passa por dilemas e por vezes dúvidas se é ou não um manifesto da entidade. Essa dúvida ocorre porque mesmo o médium “tomado” pela entidade, sente, ouve e vê e dominam quase todas ou quase todas as reações físicas. Não sabe no entanto, que a mediunidade de incorporação consciente nada tem a ver com a parte sensorial ou motora e sim com a parte mental intuitiva. Uma vez desconhece a interferência direta exterior de uma força inteligente, que age sobre a sua aura, transferindo vitalidade para a aura da pessoa “carregada” , acredita, que é a sua própria vontade.

Mediunidade Semi-Consciente: É o médium cuja inconsciência não é total, porém é dominado em suas partes sensoriais e motoras, ou seja, a entidade incorporante consegue dominar seu corpo físico assim como envolver ou frenar todo o seu sistema nervoso ou neuro-sensorial e faz uma espécie de ligação com o psiquismo. Assim como que em passividade, deixando que a comunicação da entidade incorporante se processe firmemente (na maioria das vezes, não consegue interferir), sente que seus órgãos, naquela ocasião ou transe, não são mais seus.

Mediunidade Inconsciente: É a mediunidade sem consciência ou com desconhecimento do alcance moral do que praticou. Parte de nossa vida psíquica da qual não temos consciência. Após a incorporação o médium “dorme”, acordando após a desincorporação sem noção de tempo e do que passou com ele. Esse tipo de mediunidade ocorre em cerca de 5% dos casos nos dias atuais.

Simone Carvalho






Workshop sobre Exú com Rogério Mafra